"Os ganhadores do Nobel deste ano revolucionaram nossa compreensão do sistema imunológico ao descobrirem princípios chaves para sua ativação", justificou o comitê da premiação no Instituto Karolinska, na Suécia.

O anúncio dos ganhadores, no entanto, vem acompanhado de dúvidas. A Universidade Rockefeller, onde Steinman trabalhava, informou ainda na manhã desta segunda que o cientista morreu na última sexta-feira, 30 de setembro, vítima de um câncer no pâncreas diagnosticado há quatro anos. Desde 1974, o Nobel tem por regra não conferir prêmios póstumos e Anna Dumanski, do Instituto Karolinska, confirmou que a notícia da morte de Steinman só chegou ao conhecimento da instituição nesta segunda. O comitê do Nobel agora vai avaliar seus estatutos para saber se mantém ou não a premiação de Steinman.
- Acho que se pode dizer que isso nunca aconteceu antes - reconheceu Annika Pontikis, porta-voz da Fundação Nobel.
O trabalho dos três cientistas foi fundamental no desenvolvimento de melhores vacinas contra infecções e novas abordagens na luta contra o câncer, em que traçaram o caminho para o desenvolvimento de uma leva de "vacinas terapêuticas" que estimulam o sistema imunológico a atacar os tumores.
Ainda de acordo com a Universidade Rockefeller, foi justamente a própria pesquisa que deu a Steinman uma sobrevida maior que a esperada. "Ele foi diagnosticado com câncer no pâncreas há quatro anos e sua vida foi prolongada usando uma terapia com células dendríticas de sua própria criação", destacou a instituição.
A melhor compreensão do funcionamento das defesas do organismo também permitiu o desenvolvimento de tratamentos para doenças inflamatórias como a artrite reumatóide em que componentes do sistema imunológico atacam tecidos do próprio corpo.

Beutler e Hoffmann descobriram nos anos 1990 que proteínas receptoras atuam como primeira linha de defesa do corpo humano, numa imunidade inata, ao reconhecerem bactérias e outros micro-organismos invasores. Já Steinman explicou como, se necessário, as células dendríticas, parte do sistema imunológico adaptativo posterior, são lançadas ao ataque contra infecções que superem esta primeira barreira.
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