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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

PM e bombeiros decidem pelo fim da greve no Maranhão


Representantes do governo e grevistas durante reunião na OAB

 

Eles aceitaram acordo com o governo do estado e desocuparam Assembleia Legislativa

SÃO LUÍS - Depois de 10 dias de greve e de ocupação da Assembleia Legislativa do Maranhão, os policiais militares e bombeiros devem encerrar a greve. Eles conseguiram na noite desta sexta-feira um acordo com o governo do estado, considerado pelos líderes do movimento como uma vitória histórica.
- Quando chegamos aqui, chegamos nus e agora saímos com a nossa identidade recuperada – disse o coronel Ivaldo Barbosa.

Os militares, que reivindicavam 30% de aumento escalonado em dois anos, conseguiram um reajuste de 26,27% escalonado em três anos, com aumentos de 10,45% em 2012, 6,9% em 2013 e 7% em 2014. Um soldado passará a receber a partir do próximo ano R$ 2.240,00, o sexto salário do país, segundo dados do próprio movimento grevista.

Além do aumento salarial, a categoria ainda conseguiu a anistia geral e irrestrita para todos os envolvidos, inclusive para os que estão com prisões decretadas, com a garantia de que não seja descontado de cada militar R$ 200,00 por cada dia parado, como decretou a Justiça ao considerar a greve ilegal. Uma outra vitória do movimento foi o estabelecimento de uma carga horária de 40 horas semanais e o fim do Regime Disciplinar do Exército (RDE) em vigor na Polícia Militar do Maranhão desde o golpe militar de 1964.

- O Maranhão foi o último estado a abolir esse absurdo, que nos humilhava. E agora vamos ter uma lei estabelecendo o código de ética da Polícia Militar – comemorou o soldado Prisco, que fez parte da comissão de negociação.

Logo após uma assembleia, uma comissão de militares levou o acordo para ser assinado pelo governo do estado. Depois, os militares saíram em carreatas pelas ruas de São Luís.

Os líderes do movimento consideraram que conseguiram dobrar o governo, que no início do movimento se recusava a negociar. Coube ao senador licenciado e hoje secretário de estado de projetos especiais, João Alberto, o papel de sentar à mesa com os grevistas e apresentar, na segunda rodada de negociação ocorrida na tarde desta sexta na sede da OAB-MA, a proposta que foi aceita pelos militares.

A sexta-feira foi o prazo final dado pelo presidente da Assembléia Legislativa, Arnaldo Melo, para que a Casa entrasse na Justiça com um pedido de reintegração de posse, o que poderia provocar um confronto armado entre as tropas do Exército e os militares acampados na sede do Legislativo.

Os militares se apresentam nos quartéis neste sábado e retomam o policiamento das ruas realizado durante esses dez dias pela Força Nacional, Exército, Marinha e Aeronáutica, com mais de dois mil homens.

O fim da greve da Polícia Militar, no entanto, não resolve o problema da segurança no Maranhão, já que os policiais civis continuam em greve pela implantação do Plano de Cargo, Carreira e Remuneração.

O Globo

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