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domingo, 6 de janeiro de 2013

"Não podemos aceitar que 2014 seja plebiscitária", diz Waldir Maranhão

Waldir Maranhão prega que o PP deve analisar as opções para 2014 e que Tadeu Palácio segue no partido
 (Neidson Moreira/ O IMP/D.APRESS)
Dep. federal  Waldir Maranhão
Waldir Maranhão diz que faltou ousadia do PP para vencer eleições em São Luís e que o partido já começou a discutir a possibilidade de uma nova via para 2014


Deputado federal em seu segundo mandato, Waldir Maranhão iniciou a carreira política como reitor da Universidade Estadual do Maranhão, por isso defende a educação como bandeira em seu mandato na Câmara Federal. Porém é na articulação política que o veterinário vem ganhando destaque. Atualmente como presidente do PP, tem em suas mãos uma das legendas mais importantes do país, com bom tempo de televisão e boa representatividade nacional.

Entrevistado pela equipe de O Imparcial, Waldir Maranhão afirma que o partido ainda deve definir com quem deve seguir em 2014, porém uma nova via não está descartada. O parlamentar fala sobre a derrota de Tadeu Palácio (PP) nas últimas eleições, o que faltou a candidatura para ser vitoriosa e sua relação com o ex-prefeito.


Como o senhor avalia o resultado das eleições municipais de 2012 para o PP?
Avalio que qualitativamente o PP saiu fortalecido, se nós compararmos com os resultados de 2008. Em 2012 nós tivemos seis prefeitos eleitos, em Santo Amaro, São Domingos, Lago Verde, Bacurí, São João Batista e Palmerândia.Com certeza esses prefeitos nasceram de um sentimento partidário, nós construímos e debatemos qual é o papel de uma agremiação política que constrói e busca a constituição de um poder participativo.

O resultado positivo que eu tiro de tudo isso é político, o resultado positivo eleitoral foi daqueles que ganham as eleições, daqueles que tiveram a consagração das urnas. Mas todo e qualquer projeto político tem que ser dado o primeiro passo, e nós já estamos dando, que é o partido buscando, dialogando permanentemente com seus simpatizantes, com suas lideranças.

Além dos seis prefeitos, temos 112 vereadores no Maranhão. Então, é com a soma dessas forças políticas que nós queremos discutir o Maranhão. Estamos nos preparando para chegar em 2014 tendo discutido o Maranhão sob a possibilidade de construirmos projetos econômicos e projetos sociais compatíveis com a realidade do estado.

Como está a preparação para eleição de 2014?
Nós sabemos que dentro do aspecto político tem o grupo que a governadora Roseana Sarney (PMDB) lidera e tem o grupo que o Flavio Dino (PC do B), na perspectiva de 2014. Então qual é o papel do PP neste momento? É legitimo que o PP busque construir possibilidades, construir um projeto alternativo de poder, significa dizer, que o PP estará enfrentando em 2014 as eleições majoritárias.
Estamos dialogando constantemente, permanentemente, com o PPS e com PSDB. Nada contra as pessoas ou grupos, tudo a favor do Maranhão. É saudável que essa busca de alternância de poder, configure exatamente o papel democrático que nós, agente públicos, pudemos contribuir para efetuar o processo.

Isso significa um rompimento com o grupo da governadora Roseana Sarney?
Não, só há rompimentos quando você está dentro do processo. O Partido Progressista não integra a base do governo. Se não integra, não há rompimento. O PP, enquanto agremiação partidária tem uma tradição republicana, tem uma perspectiva, tem um histórico no estado e neste país, contribuiu fortemente para consolidar aquilo que foi o governo Lula, através do Ministério das Cidades, este mesmo partido hoje contribui para dar sustentabilidade ao governo da presidente Dilma. Então, este partido que serve ao Brasil, é o que está para servir ao Maranhão.

O partido tem uma bússola, o partido tem um norte, que é se olhar quebrando os paradigmas. Nós não podemos aceitar que a eleição de 2014 seja plebiscitária, nós vamos ampliar as opções para que a população avalie quais são as tendências, quais são as correntes que querem efetivamente não olhar as pessoas pelas pessoas, mas quais as agremiações e conjuntos de forças políticas coloca nos centros de suas preocupações um debate olhando o histórico do Maranhão no seu passado, vivendo este presente e apontando para o futuro, de forma responsável, consequente e sem paixões.

Como presidente do partido, tenho a clara convicção de nós podemos contribuir para fazer a diferença. O PP é o partido que já nas eleições de 2010 contabilizou nas urnas 274 mil votos, este partido, ainda em 2010, elegeu um deputado federal (o próprio Waldir) com mais 106 mil votos e elegeu dois deputados estaduais. Este partido participou recentemente da eleição municipal em São Luís, participou também em 2008.

O senhor consegue detectar o erro que foi cometido na eleição de 2012, para que vocês não tenham conquistado a prefeitura de São Luís?
Não basta ser candidato, você tem que ser candidato e também querer ganhar as eleições. Uma coisa é você ser candidato para marcar posição, outra é você realmente chorar, sorrir, ter entusiasmo, ter o desprendimento de ousar. A política é uma arte, é uma ciência, então todo e qualquer político tem que carregar dentro de si o espirito da coerência. Ele tem que ter credibilidade, ele tem que ter uma bandeira de luta e tem que ter a cima de tudo, o princípio da ousadia. Então, nós não podemos pagar jamais pelo preço da omissão, mas sim pagar o alto preço da ousadia.

Eu diria que nós tiramos das eleições uma grande lição, o PP, no que pese ter uma candidatura forte, que tenha uma identidade com a nossa cidade, não ousou o quanto podia ousar, não despertou o sentimento da população, não conquistou os corações e as mentes, não trouxe para si a juventude como um aliado imprescindível.

Precisamos reunir as forças, fazer a nossa avaliação e definir as diretrizes que interessam fundamentalmente ao Partido Progressista, depois da autocrítica, tem-se uma análise conjuntural. Aí podemos sair do nosso interior, romper o isolamento interno para olhar para frente, dialogar com os outros partidos, não se anulando, não sendo meros coadjuvantes, queremos construir possibilidades e cooperativas. Não há como fazer transição olhando só pra políticos, devemos olhar para o conjunto da população.

Como está a relação entre Tadeu Palacio e o PP?
Tranquila, o ex-prefeito foi candidato pelo nosso partido, deu a sua contribuição. Eu diria que nós crescemos, temos hoje fatos para fazer uma avaliação. Ele foi importante como candidato, e foi mais importante ainda o papel do partido em colocar uma candidatura própria para avaliação E nós fomos avaliados. Se fomos reprovados eleitoralmente, porque aprovados foram aqueles que tiveram sucesso eleitoral, nós fomos aprovados politicamente.

O partido está vivo, oxigenado, entusiasmado, o partido está articulado. Que olhemos para a história recente, se hoje o PT é o PT, é porque teve um desbravador, teve um herói, teve o seu símbolo, que foi o presidente Lula, que lutou durante 20 anos para construir e convencer a sociedade brasileira que ele era a alternativa para o estado brasileiro. Portanto, eu busco naquilo que é o Lula.
O PP, sob a minha responsabilidade, compartilhando com todos os nossos líderes temos um dever, fortalecer o papel democrático do nosso estado. E nós não podemos negar que o Maranhão tem as suas grandes lideranças que já ultrapassam mais de duas gerações, são lideranças consolidadas, que vão se render, que vão mudar, a transição do Maranhão virá, e, certamente, esse espaço vazio deverá ser ocupado por quem tem propostas concretas, não contra pessoas ou grupos, mas a favor do Maranhão.

Fala-se em candidatura própria? Já se tem um nome?
O PP comunga o sentimento de construir uma via alternativa para o Maranhão, uma via que passe, por exemplo, pela estrada do conhecimento, pela educação, pela inovação, que passe pelo olhar daqueles atores políticos que querem melhor para o estado.

Que não necessariamente seja do PP?
Que não necessariamente seja do PP, mas o PP se alinha a uma mudança responsável, consequente e se for de dentro do PP que o seja. O PP não tem é o direito de se anular, de ser sublegenda de qualquer agremiação política, o PP tem o dever moral e político de dialogar com os partidos e com aqueles que militam para o melhor do Maranhão. 
Entrevista p/ o Imparcial

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