Preocupado com a baixa procura por cursos superiores de licenciatura
em física, química, matemática e biologia, o Ministério da Educação
(MEC) elabora um programa para, desde o ensino médio, atrair para essas
áreas os estudantes que querem ser professores. A proposta, ainda em
construção, prevê parceria com universidades e também a oferta de bolsas
de auxílio, disse hoje (10) o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
“É preciso estimular a vocação de professor. Temos o problema salarial,
de carreira, mas há também o problema de despertar o interesse pela
educação desde cedo e valorizar quem tem esse interesse. Precisamos
estimular as ciências exatas, a demanda por ensino superior nessas áreas
é muito baixa”, disse o ministro, ao participar de audiência na
Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.
De acordo com Mercadante, a proposta vai incluir várias estratégias
para alcançar o objetivo de formar mais professores para o ensino das
ciências exatas. “Vamos fazer um programa para estimular desde o ensino
médio, com bolsa, com parceria com as universidades, com laboratório,
com cientista para dar palestras”.
O ministro citou como exemplo da falta de interesse dos estudantes pelo
magistério na área de exatas a baixa a procura por esses cursos na
última edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), por meio do qual
instituições públicas de educação superior oferecem vagas a
participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Dados do relatório Escassez de Professores no Ensino Médio: Soluções Estruturais e Emergenciais,
do Conselho Nacional de Educação (CNE), de 2007, apontam que as áreas
mais carentes de professores eram as de física e química, seguidas das
de matemática e biologia.
Mercadante adiantou ainda que o ministério estuda lançar um grande
edital de cultura nas escolas públicas e também a criação de uma
universidade das artes para aulas de música, cinema, teatro, dança e
poesia. Essas ações deverão ser feitas em parceria com o Ministério da
Cultura.
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