Cléber Verde: R$ 3 mil mensais pagos com dinheiro dos contribuintes |
Uma sala localizada em um bairro de classe média de São Luís, no
Maranhão, fica praticamente fechada o ano inteiro. O caso não mereceria
destaque não fosse o fato de que sua manutenção é bancada com dinheiro
de todos os cidadãos brasileiros. Ela é alugada pelo deputado Cléber
Verde (PRB-MA) por R$ 3 mil mensais. Esse valor é integralmente
ressarcido pela verba da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar
(Ceap), o chamado “cotão”.
De acordo com pessoas que trabalham no
edifício Mendes Frota, localizado no bairro ludovicense do São
Francisco, o deputado “quase nunca” aparece por lá e alguns funcionários
vão de vez em quando para limpar e organizar a sala.
Só
neste mandato, ele já gastou R$ 78 mil para ter o local à disposição. A
sala pertence a Luiz Sousa da Silva, amigo e eleitor de Cléber Verde.
Em 2010, Luiz doou R$ 3 mil para a campanha à reeleição do deputado,
segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A doação foi
feita “de livre e espontânea vontade”, contou o parlamentar.
A
sala funciona como escritório político, onde “assessores, eventualmente,
vão desenvolver alguma atividade orientada pelo gabinete”, disse o
deputado.
Por e-mail, Cléber Verde informou, ainda, que utiliza o
local para encontros com prefeitos e lideranças do interior do estado,
em compromissos relacionados ao mandato. Ele ressaltou que viaja o
Maranhão todo, estado com 217 municípios, mas quando precisa estar na
capital, utiliza o local para reuniões.
O proprietário da sala
afirmou ao Congresso em Foco que trabalha para o deputado em São Luís. O
nome dele, porém, não aparece na relação dos funcionários contratados
pela Câmara.
Como representante do Maranhão na Câmara, Cléber
Verde pode gastar até R$ 35,6 mil por mês para custear despesas
inerentes ao exercício do mandato.
Entram nesta cota gastos com
gasolina e aluguel de carros, divulgação da atividade parlamentar,
emissão de bilhete aéreo e manutenção de escritório parlamentar, dentre
outros.
O valor é cumulativo, ou seja, o que não for usado em um
mês pode ser gasto em outro, desde que não ultrapasse o total da dotação
anual. Há limitação de gastos apenas para a compra de gasolina,
limitada a R$ 4,5 mil mensais.
Jornal Pequeno
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