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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Zika pode ser transmitido por leite materno, sangue e sêmen, diz especialista

Prefeitura de Bombinhas (SC)


















 
 
 
 
A comprovação de que o zika aumenta os riscos de microcefalia em fetos e de Síndrome de Guillain-Barré em quem contrai o vírus acendeu o alerta para outras três possíveis formas de transmissão da doença. Segundo especialistas, além da picada do Aedes aegypti, a doença pode ser transmitida pelo sêmen, por transfusão de sangue e por leite materno.
 
Pesquisadores já encontraram evidências de que o vírus pode ser encontrado nesses três fluidos corporais. Mas, como os estudos relacionados ao zika são escassos — existem no mundo cerca de 200 publicações científicas, contra mais de 2.500 sobre chicungunha e mais de 14.500 sobre dengue, por exemplo —, não há ainda como ter certeza se a transmissão da doença pode ser feita por essas três vias.
 
“Na Polinésia Francesa (onde houve surto de zika em 2013), médicos encontraram partículas do vírus no leite materno. Só que ainda não está claro se existe transmissão para o bebê porque nem todo vírus encontrado no leite é transmitido. Sabemos, por exemplo, que quem mama em uma mulher com hepatite C não tem risco aumentado de pegar a doença” explica a infectologista Rosana Richtmann, presidente da Comissão de Controle de Infecção da Maternidade Santa Joana.
 
Recomendação

Contudo, como os efeitos do zika têm se mostrado mais devastadores do que se pensava inicialmente, a médica recomenda que as mulheres que estiverem amamentando e perceberem sintomas do vírus — manchas vermelhas, febre e dor de cabeça e nas articulações — interrompam o aleitamento.
“Enquanto ainda estamos na dúvida, é bom evitar. Os sintomas do zika duram no máximo cinco dias. Pelo menos durante esse período, acho melhor não amamentar, porque não podemos negar que há um risco potencial”, afirma Rosana.
 
Já a transmissão sexual do vírus teve seu primeiro relato em 2008, quando um pesquisador americano do estado do Colorado voltou de uma viagem ao Senegal com sintomas de zika. Sua mulher, que não saía dos Estados Unidos fazia mais de um ano, também desenvolveu a doença poucos dias depois. Foi apenas a partir daí que médicos passaram a cogitar a hipótese de o vírus ser transmitido sexualmente. Depois disso, o zika ainda foi detectado no sêmen de outros turistas que passaram pela África e de um homem na Polinésia Francesa.
 
Vírus no sangue

Em 2013, um grupo de pesquisadores do Taiti mostrou que o vírus podia ser encontrado no sangue de 3% dos doadores assintomáticos. O número surpreendentemente alto sugere um risco real de transmissão durante transfusões.
 
Para Celso Granato, infectologista da Clínica Felippe Mattoso, é preciso investigar a fundo a possibilidade de um segundo fator, somado ao zika, colaborar para a formação da microcefalia. Ele destaca, por exemplo, que a Bahia registrou mais casos de zika do que Pernambuco. No entanto, este último contabiliza 646 bebês com microcefalia, contra apenas 37 na Bahia.
 
Microcefalia

Pelo que tem observado o professor Maulori Cabral, do Departamento de Virologia do Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, da UFRJ, o vírus zika levaria à microcefalia porque ataca um tipo de célula responsável tanto pela formação da pele quanto pelo crescimento do cérebro do feto. Por isso, um dos principais efeitos do zika em pessoas já nascidas é provocar manchas avermelhadas. Já nos fetos, o vírus pode atacar também as células que “alimentam” o cérebro.
 
Ele considera, porém, que assim como acontece com os diversos tipos do vírus da dengue e com o chicungunha, uma vez tendo sido infectada pelo zika e sobrevivido à doença, a pessoa se torna imune a ela. Desta forma, ele afirma que uma mulher que não seja gestante agora e contraia o zika poderá engravidar tranquilamente no futuro sem risco de seu filho acabar com microcefalia em razão do vírus.

Informações do O Globo

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