O Diálogo Municipalista no Maranhão trouxe um dos temas atuais que mais despertam dúvidas nos gestores: a implantação dos aterros sanitários. A questão marcou os debates na manhã desta quarta-feira, 25 de novembro. Grande parte dos prefeitos ainda buscam orientações e poucos já começaram a implementar a medida.
Durante explicação sobre o funcionamento dos aterros sanitários, o prefeito do Município de Gonçalves Dias (MA), Vilson Barbosa, aproveitou o momento para compartilhar as experiências da sua cidade, que tem pouco mais de 15 mil habitantes. Ele comentou que está desenvolvendo um aterro sanitário, mas ainda tem dúvidas a respeito.
“Eu sei que essa é uma questão que eu vou ter que resolver em breve, inclusive estou desenvolvendo um aterro sanitário em Gonçalves Dias. Mas fiquei desanimado quando ouvi de fora que o aterro não resolve o problema. Como eu vou fazer agora? A minha preocupação é porque as pessoas cobram isso do prefeito”, relatou.
Isso porque a lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), criada pela Lei 12.305/2010 prevê todo um conjunto de ações que vao desde a coleta seletiva e compostagem até a reciclagem do material. Somente o rejeito deve ir para o aterro sanitário. Portanto, se todo esse processo não está implementado a execução do aterro, por si só, não é suficiente, como esclareceu a Confederação Nacional de Municípios (CNM).
Segundo o prefeito de Poção de Pedras (MA), Augusto Junior, a medida é inviável para os Municípios menores. “O que eu vejo hoje é a condição do aterro sanitário não ser viável para Municípios pequenos, como é o meu caso. Nós não temos estrutura, catadores de papeis para fazer esse trabalho. A gente selecionar todo esse material só se tornaria uma despesa ainda maior do que a gente já tem hoje”.
Regionalização
Na ocasião, o presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), Gil Cutrim, reforçou a importância de regionalizar os problemas. “Dizer que o aterro sanitário não é a solução é muito forte. Precisamos pensar na questão regional. O que vai ser implantado no Sul e no Sudeste não é a mesma coisa que vai ser implantada no Nordeste. A realidade aqui é outra”.
Ele também destacou em sua fala a necessidade de implementar medidas a longo prazo. “Eu vejo que aqui no Brasil a solução que será mais implementada é a criação dos aterros sanitários porque todas as outras tecnologias existentes no mundo exigem muitos recursos”.
Orientações
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) e a Famem orientam aos gestores que busquem promover consórcios com as cidades vizinhas. Além de contribuir com o meio ambiente, a sua realização gera demanda ao aterro tornando-o economicamente viável.
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