O ministro Dias Toffoli tomou posse no cargo de presidente do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) em sessão solene realizada na noite desta terça-feira (13), no
Plenário do Tribunal, em Brasília. O ministro cumprirá mandato de dois
anos e comandará as Eleições Gerais de 2014. Eleito vice-presidente da
Corte na gestão do ministro Dias Toffoli, o ministro Gilmar Mendes não
pôde tomar posse no cargo devido a um compromisso, o que será feito
oportunamente. A cerimônia de posse foi conduzida pelo ministro Marco
Aurélio.
Além dos ministros da Corte, integraram a mesa da sessão solene a
presidente Dilma Rousseff, o vice-presidente da República, Michel Temer,
o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, o presidente da Câmara
dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, o procurador-geral eleitoral Rodrigo Janot, e o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coêlho.
Após a execução do Hino Nacional,
o ministro Dias Toffoli leu o compromisso regimental, assinou o termo
de posse e fez pronunciamento, já no cargo de presidente do TSE. Dias
Toffoli fez um panorama da evolução do voto e da democracia no Brasil
desde o tempo do Brasil Colônia, passando pelo Império, a primeira
República, a Revolução de 1930, a criação da Justiça Eleitoral (1932), o
período do Estado Novo, a instituição do novo e permanente TSE (1945), a
eleição de 1945, de Jânio (1960), o período militar (1964-1985), e a
promulgação da Constituição do Estado Democrático de Direito (1988).
O ministro lembrou que o Brasil vive, desde 1989 até hoje, o maior
período de estabilidade democrática de sua história. Ele destacou as
eleições limpas, a adoção das urnas eletrônicas, o controle dos abusos
dos poderes político, administrativo e econômico, a iniciativa popular, a
lei de combate à compra de votos e a Lei da Ficha Limpa como ganhos da sociedade.
Como novos desafios, o presidente do TSE ressaltou que a Justiça Eleitoral deve se adaptar às novas tecnologias e mídias. Ele afirmou que as novas mídias e as redes sociais “ampliaram o espaço da praça pública, e isso provoca a necessidade de repensar as formas de participação popular”.
Ao final do pronunciamento o presidente do TSE elogiou a gestão do
seu antecessor no cargo, ministro Marco Aurélio, e agradeceu a presença
das autoridades e servidores na solenidade. Após o encerramento da
cerimônia, o ministro Dias Toffoli recebeu os cumprimentos das
autoridades e convidados no foyer próximo ao Plenário do Tribunal.
Ministros
Em nome do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro João Otávio de
Noronha afirmou que o ministro Dias Toffoli assume a Presidência do TSE
quando o país se prepara para a realização das eleições gerais de
outubro. “Somos todos testemunhas da mentalidade empreendedora, da alma sensível do magistrado, qualidades que o credenciaram para exercer o sacerdócio da judicatura”, disse.
De acordo com João
Otávio de Noronha, o ministro Dias Toffoli tem se revelado, no Supremo
Tribunal Federal, “um magistrado à frente do seu tempo, de mentalidade
progressiva, de voz às vezes dissonante em cujos pronunciamentos se
percebe o vigor das ideias e de opiniões. Seus votos revelam a lógica e o
raciocínio de um homem sensível de um juiz ponderado”.
O ministro sustentou, ainda, que a população deve ir às urnas, em
outubro, “sem medo de mostrar o rosto de um país que indiscutivelmente
alcançou a juventude de sua maturidade democrática”. Ele disse que, sob a
Presidência do ministro Dias Toffoli, a Justiça Eleitoral “fortalecerá
ainda mais o diálogo franco e aberto com o cidadão, promovendo a democracia participativa, tão cara a todos nós”.
Ministério Público
O procurador-geral eleitoral, Rodrigo Janot, disse que o ministro
Dias Toffoli terá a missão de conduzir a Justiça Eleitoral durante as
próximas eleições e o fato de ser precedida pelo movimento social que marcou o ano de 2013.
“Excetuados os inadmissíveis atos de violência, os brasileiros que
foram pacificamente às ruas mudaram a rotina do Judiciário, pautando a
agenda dos governantes, despertando nos jovens o desejo de construir um
Brasil cada vez melhor”, disse.
Sustentou que o Ministério Público brasileiro desempenha papel relevante no processo eleitoral e é seu dever garantir aos candidatos a igualdade de armas nas eleições, sob a atuação autônoma na sua livre investigação.
“Desejamos que a atuação do Poder Judiciário e do Ministério Público
traga ao pleito a celeridade necessária ao combate efetivo aos crimes
eleitorais. Disso depende a afirmação do Estado democrático”, concluiu.
OAB
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinícius Furtado Coêlho, em nome da classe
dos advogados, ressaltou que o ministro Dias Toffoli é profundo
conhecedor da advocacia e irá realizar uma gestão eficiente, “bem
conduzindo as próximas eleições gerais”.
Segundo Marcus Vinícius, a OAB “possui compromisso único com
a efetivação da Constituição da República e está à disposição do
presidente do TSE e de todos os seus pares para os diálogos necessários e
aptos a colaborar com as missões da Justiça Eleitoral”.
Presenças
Compareceram à solenidade o ex-presidente da República José Sarney,
ministros e ministros aposentados do Supremo Tribunal Federal (STF), o
senador Aécio Neves, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos,
presidentes, ministros e ex-ministros de tribunais superiores, de
Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), membros do Ministério Público da
União e dos estados e governadores de Estado. Estiveram também presentes
conselheiros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministros de Estado, do Tribunal de Contas
da União (TCU), integrantes da Advocacia-Geral da União, da Defensoria
Pública Geral da União, parlamentares, servidores do TSE e de outros
tribunais, componentes do corpo diplomático, autoridades civis,
militares e eclesiásticas, advogados, acadêmicos e jornalistas.
Perfil
Nascido em Marília (SP), o ministro Dias Toffoli formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo
(USP) em 1990. Fez especialização em Direito Eleitoral e lecionou por
dez anos a disciplina de Direito Constitucional e de Família. Ele
assumiu a Advocacia-Geral da União (AGU) no dia 12 de março de 2007,
após ter atuado na subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil de
2003 a 2005.
O ministro tomou posse
no STF no dia 23 de outubro de 2009, por nomeação do então presidente
da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na vaga decorrente do
falecimento do ministro Carlos Alberto Menezes Direito.
No TSE, ele foi designado relator das resoluções sobre as regras das
Eleições Gerais de 2014. O ministro Dias Toffoli participou, em abril de
2013, como observador na Missão Eleitoral da Unasul nas eleições da
Venezuela e do Paraguai.
O ministro representou o TSE na V Conferência Ibero-americana sobre
Justiça Eleitoral, realizada em São Domingos, na República Dominicana,
de 2 a 4 de outubro de 2013. O evento contou com a participação de
representantes de organismos eleitorais de 20 países ibero-americanos.
Ele acompanhou também o segundo turno das eleições presidenciais no
Chile, em dezembro de 2013, e participou da Missão de Observação
Eleitoral das eleições gerais ocorridas na Costa Rica, em fevereiro de
2014.
Composição do TSE
O TSE é formado por, no mínimo, sete ministros. Essa composição é
dividida entre três ministros do STF – um dos quais será o presidente da
Corte –, dois ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) – um dos
quais será o corregedor-geral da Justiça Eleitoral – e dois juristas
representantes da classe dos advogados, nomeados pelo presidente da
República.
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