O final do ano se aproxima e ainda não há definição sobre qual será o critério de reajuste do piso salarial nacional do magistério público de educação básica para 2014. O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, e o movimento municipalista brasileiro têm pressionado a Câmara dos Deputados para que vote, ainda este ano, o projeto de lei que modifica a norma do reajuste.
No entanto, a área técnica de Educação da entidade esclarece que continuam em debate quatro possibilidades. São elas:
- a
variação do valor por aluno dos anos iniciais do ensino fundamental
urbano do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), nos dois anos
anteriores, critério vigente, instituído pela Lei 11.738/2008. Aplicada à
mesma fórmula de cálculo utilizada pelo Ministério da Educação (MEC) de
2010 a 2013, o valor do piso seria reajustado em janeiro de 2014 em
19,2%, passando dos atuais R$ 1.567,00 para R$ 1.864,73.
- a
adoção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (INPC) para o
reajuste anual do piso, conforme proposta do PL 3.776/2008, do Poder
Executivo. Nesse caso, o reajuste do piso em janeiro de 2014 será de
5,4%, e não 19,2%, passando a R$ 1.656,95;
- critério
intermediário proposto por Comissão de Trabalho da Câmara dos
Deputados, coordenada pela deputada Fátima Bezerra (PT-RN), e apoiado
pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que
consiste no INPC acrescido de 50% do crescimento nominal da receita do
Fundeb nos dois anos anteriores. Nesse caso, o valor do piso seria
reajustado em maio de 2014 em 9,99 %, passando a R$ 1.723,54; e
- outro critério intermediário proposto pelos governadores, que consiste no INPC acrescido de 50% do crescimento real da receita do Fundeb nos dois anos anteriores. Nesse caso, o valor do piso seria reajustado em maio de 2014 em 7,44 %, passando a R$ 1.683,58.
Se
nada acontecer, permanecerá em vigência o critério atual, mencionado na
primeira possibilidade, e instituído pela Lei 11.738/2008. Mas, para
ser adotado o INPC já em 2014, o plenário da Câmara dos Deputados
precisa rejeitar, ainda em 2013, o recurso apresentado pela deputada
Fátima Bezerra contra a decisão terminativa da Comissão de Finanças e
tributação daquela Casa Legislativa. Em consequência, o PL 3.776/2008
irá á sanção presidencial.
Medida Provisória
Para
que em 2014 o piso do magistério fosse reajustado por um dos critérios
intermediários, seria necessária a edição de uma Medida Provisória pela
Presidência da República.
Nesse
jogo de forças, os dois fatos recentes são a aprovação pela Comissão de
Educação da Câmara dos Deputados, no dia 13 de novembro, de
requerimentos para realização de audiência pública naquela Comissão com o
objetivo de debater o piso do magistério. Para essa audiência, ainda
sem data marcada, serão convidados: MEC, Conselho Nacional de
Secretários de Educação (Consed), União Nacional dos Dirigentes
Municipais (Undime), governadores, CNM e CNTE. Até agora, a audiência
ainda não está agendada. E a convocação pela CNTE de manifestação no
Congresso Nacional, no próximo dia 4 de dezembro, em defesa de suas
posições.
Reajuste pelo INPC
A
CNM reafirma seu posicionamento em defesa da adoção do INPC, pela
aprovação e sanção ao PL 3.776/2008, do Poder Executivo. As finanças dos
Municípios não vêm suportando percentuais de reajuste do piso maiores
do que a inflação e do que o crescimento das receitas municipais. A
situação ainda é agravada pelas desonerações praticadas pelo governo
federal, fato que levou a grande maioria dos Municípios a uma situação
de pré-insolvência.
Por
este motivo, a CNM orienta os gestores municipais a encaminhem aos
deputados federais
pedindo para que seja rejeitado pela Câmara dos
Deputados o recurso ao PL 3.776/2008 e, por consequência, o
encaminhamento deste projeto à sanção presidencial.
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