A ação contra Roseana Sarney, governadora do Maranhão, depende de um parecer da PGR |
Os processos de cassação de oito de um total de onze governadores
eleitos em 2010 e acusados de abuso de poder político e econômico correm
o risco de “caducar” no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
São
processos que, até o momento, não têm perspectiva de entrarem na pauta
do TSE ainda neste ano e devem ser julgados apenas em 2014, às vésperas
do final do mandato. Dessa forma, conforme advogados em Direito
Eleitoral, o efeito de uma cassação de mandato de alguns desses
governadores seria nula, atendo-se apenas à aplicação da Lei da Ficha
Limpa.
Hoje, dois anos e meio após o início dos atuais mandatos, apenas os
processos de cassação dos governadores do Amazonas, Omar Aziz (PSD); do
Tocantins, Siqueira Campos (PSDB) e de Roraima, Anchieta Júnior (PMDB),
estão em fase final de tramitação.
As ações contra expedição de diploma
estão nas mãos dos respectivos relatores dependendo apenas de um “pedido
de pauta” para serem julgados pelo Tribunal Superior Eleitoral. A
expectativa é que esses recursos contra expedição de diploma (RCED)
sejam julgados no segundo semestre deste ano.
As outras oito ações contra os governadores do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB); Acre, Tião Viana (PT); Minas Gerais, Antônio Anastasia (PSDB); Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB); Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB); Piauí, Wilson Martins (PSB); Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), e Ceará, Cid Gomes (PSB), estão ainda em fase de instrução ou dependendo de pareceres da Procuradoria-Geral da República (PGR) para ter seguimento. A tendência é que eles sejam julgados no ano que vem.
Desses casos, chama a atenção dos advogados a paralisação do processo
contra a filha do ex-presidente do Senado José Sarney. A ação contra
Roseana Sarney depende de um parecer da PGR para seguir em frente. O
processo está na Procuradoria desde agosto de 2012. Até o ano passado,
era um dos processos de cassação mais avançados na lista dos onze que
tramitam no TSE.
Hoje, entrou na fila como um dos mais atrasados. A
expectativa inicial era que esse processo entrasse em pauta em junho. O
procurador da República, Roberto Gurgel, afirma que a demora se deu em
função do grande volume de trabalho no órgão.
A paralisação desse processo já gerou um pedido de impeachment contra Gurgel no Senado feito por de Aderson Lago, político primo do ex-governador Jackson Lago, morto em 2011. “A sua conduta desidiosa, na verdade, comprovadamente deliberada, tem permitido a impunidade da governadora do Maranhão, Roseana Sarney Murad”, afirma Lago, na petição encaminhada ao Senado.
A própria petição feita por Lago também está
parada no Senado. Roseana é acusada de ter firmado 79 convênios ilegais
com prefeituras do interior, em um total de R$ 400 milhões. A acusação é
semelhante à feita contra Jackson Lago quando ele teve seu mandato
cassado em 2009.
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