Polêmico, o alimento pode ajudar a queimar gordura e aliviar a prisão de ventre
O polêmico óleo de coco tem nas gorduras saturadas seu principal benefício
O
óleo de coco é um óleo extraído da fruta coco e existem dois tipos
desse alimento funcional, o refinado e o extravirgem. O primeiro é feito
a partir do coco seco, enquanto o segundo é feito com o coco fresco. No
último caso, ele deve ser extraído até 48 horas após a colheita,
preferencialmente de um fruto que tenha vindo de uma plantação
certificada e orgânica.
Normalmente, o óleo de coco é
encontrado em estado líquido na temperatura ambiente, só ficando sólido e
branco quando colocado em baixas temperaturas. O normal é que ele não
estrague ou fique rançoso mesmo quando armazenado há algum tempo. Seus
benefícios ainda são controversos entre a comunidade médica e não
representam uma unanimidade entre os especialistas. Rico em um tipo
diferente de gorduras saturadas, os triglicérides de cadeia média, o
alimento conquistou fama, principalmente, por ajudar na perda de peso.
Principais nutrientes do óleo de coco
Óleo de coco - Por 15 g (uma porção) | |
Calorias | 129 kcal |
Carboidratos | -- |
Proteínas | -- |
Gorduras totais | 15 g |
Gorduras saturadas | 12,97 g |
Gorduras monoinsaturadas | 0,87 g |
Gorduras poli-insaturadas | 0,27 g |
Cálcio | -- |
Potássio | -- |
Ferro | 0,01 mg |
Fósforo | -- |
Magnésio | -- |
Sódio | -- |
Zinco | -- |
Vitamina E | 0,01 mg |
Vitamina K | 0,1 mg |
Fonte: Tabela do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
Como é possível perceber pela
tabela, o óleo de coco é essencialmente composto por gorduras e em maior
parte pela saturada que representa quase 87% da quantidade desse
macronutriente.
O alto teor de gordura saturada
presente nesse óleo o torna contraindicado por alguns profissionais de
saúde. Afinal, esse macronutriente, quando consumido em grande
quantidade, pode aumentar a quantidade de colesterol LDL, considerado
ruim.
Para comprovar, a quantidade diária
indicada de gorduras saturadas é de 22 gramas, para quem consome 2 mil
calorias ao dia. Mesmo a porção recomendada de óleo de coco é de 15 g
(uma colher de sopa) e contém 12,97 g desse nutriente, o que equivale a
59% do valor diário recomendado. Veja qual porcentagem do Valor Diário*
de alguns nutrientes ele carrega por porção:
- 59% de gordura saturada
- 27% das gorduras totais
- 0,15% de vitamina K
- 0,1% de vitamina E
- 0,07% de ferro.
* Valores Diários de referência
para adultos com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 kJ. Seus
valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas
necessidades energéticas.
Ajuda a emagrecer:
Quem diria que justamente as gorduras saturadas poderiam ser aliadas da
dieta, não é mesmo? Um estudo feito no Canadá em 2000 mostrou que
pessoas que consumiam o óleo de coco tinham uma maior oxidação das
gorduras, processo que causa sua quebra, do que as pessoas que seguiam
dietas com óleos comuns. Quando a gordura é quebrada no tecido adiposo,
ela é usada em forma de energia, ou seja não fica acumulada no organismo
na forma dos famigerados pneuzinhos. Mas os pesquisadores não
conseguiram descobrir o mecanismo responsável por essa alteração.
Outra pesquisa realizada pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro indica ainda que o óleo de coco
nos ajuda a acelerar o metabolismo do organismo. Isso porque o ácido
láurico, um dos TCM, fazem as células trabalharem de forma acelerada,
consumindo assim mais calorias, o que evitaria o acúmulo de gordura
localizada e como resultado favoreceria a perda de peso. De acordo com a
pesquisa, o óleo também seria responsável por aumentar o volume de
massa magra, os músculos, outros aliados por demandar mais gasto de
energia do organismo, ajudando o emagrecimento.
Traz saciedade:
Todos sabemos que essa sensação é a melhor amiga de quem quer perder
peso, afinal quanto menos comemos, menos energia extra consumimos.
Pesquisadores da Universidade de Columbia e do Centro de Pesquisa sobre
Obesidade de Nova York, ambos nos Estados Unidos, verificaram que os TCM
ativam hormônios como colecistoquinina, peptídeo YY e peptídeo
inibitório intestinal, todos ligados a sensação de saciedade. Isso
significa que ao consumir o óleo de coco no café da manhã, por exemplo, a
tendência é que a quantidade de comida ingerida nas refeições seguintes
seja menor. Além disso, eles indicam que o óleo de coco pode ser bem
utilizado em dietas, mas para isso é necessário mudar todo o consumo de
gorduras do cardápio, já que ele estará suprindo apenas as quantidades
de gordura saturada. Você precisará consumir bem menos carnes vermelhas e
frituras e priorizar peixes, oleaginosas, grãos como a linhaça e óleos
como o azeite.
Melhora a imunidade:
O ácido láurico e o ácido cáprico, dois dos TCM do óleo de coco, tem a
propriedade de modular o sistema imunológico. Alguns estudos mostram
essa relação, mostrando sua eficácia contra fungos, vírus e bactérias,
mas os cientistas ainda não descobriram como isso funciona. Uma forma
indireta de ele contribuir com a imunidade está na melhora do trabalho
do intestino ao eliminar as bactérias ruins.
Evita a prisão de ventre:
Alimentos gordurosos normalmente auxiliam na digestão, pois a gordura
se mistura o bolo alimentar e as fezes, facilitando sua passagem pelo
sistema digestivo. Além disso, o ácido láurico e suas propriedades
antibacterianas eliminam as bactérias ruins do intestino, favorecendo
sua microbiota (flora intestinal) e assim melhorando o funcionamento do
órgão. Mas, cuidado, o consumo em excesso pode trazer o efeito rebote,
causando diarreia.
É amigo da beleza:
Alguns estudos mostram que seu consumo melhora a elasticidade da pele.
Além disso, seus antioxidantes ajudam no combate dos radicais livres,
que causam o envelhecimento precoce. O óleo de coco também pode ser
usado diretamente para hidratação dos cabelos, sendo adicionado a
cremes.
Contraindicações
Controle-se: o consumo excessivo pode acarretar em ganho de peso
Apesar
de alguns estudos mostrarem a eficiência do óleo de coco no aumento do
colesterol bom, o HDL, em ratos, não há evidências científicas que
realmente comprovem essa relação. A Sociedade Brasileira de Cardiologia
(SBC) inclusive confirma em sua I Diretriz Brasileira de
Hipercolesterolemia Familiar (HF) que o ácido láurico presente no
alimento tem potencial de aumentar esse tipo de colesterol em relação
aos outros tipos de gorduras saturadas, mas também eleva o LDL,
considerado um colesterol ruim.
Por isso, a SBC contraindica o óleo
de coco para pessoas que tenham colesterol alto, e também solicita
estudos adicionais antes de consolidar seu uso para pessoas com outras
síndromes em seu metabolismo. O óleo também não deve ser ingerido por
pessoas que tomam anticoagulantes.
Quantidade recomendada de óleo de coco
O ideal é consumir uma colher de
sopa de óleo de coco, afinal mais do que isso extrapola as quantidade de
gordura saturada diárias.
Riscos do consumo excessivo
Se você ingerir mais do que a
quantidade recomendada do óleo, o tiro sairá pela culatra. Afinal,
haverá um consumo maior de energia do que seu gasto, o que sempre
resulta em sobrepeso. Também pode trazer riscos cardiovasculares, com o
aumento do colesterol. Por ajudar na digestão, em alta quantidade ele
pode causar diarreia.
Como consumir o óleo de coco
Vale a pena acrescentá-lo a
preparações frias, como saladas e sucos de frutas. Caso queira incluí-lo
em pratos quentes, use apenas na finalização e não leve ao fogo, para
que ele conserve suas propriedades antioxidantes.
- O óleo de coco pode ser utilizado para finalizar os pratos quentes, promovendo sabor e aroma suaves a pratos como arroz e peixes. Em sua versão extravirgem, pode ser utilizado como tempero de saladas
- O óleo de coco também pode ser usado na preparação de bolos e tortas
- Ele pode ser misturado em iogurtes, sucos ou vitaminas. A adição do alimento deixa as bebidas com um gosto leve de coco
- O óleo de coco não é muito recomendado para ser usado em frituras, pois além de ser um uso pouco saudável, pode deixar os alimentos com gosto de coco, como a batata frita e carnes, por exemplo.
Compare o óleo de coco com outros alimentos
- O maior diferencial do óleo de coco é o tipo de gordura saturada que ele contém: seus ácidos graxos são triglicérides de cadeia média. Eles são metabolizados diretamente no fígado e convertidos em energia, que, caso não seja gasta, não se acumula em forma de gordura. Até existem outros alimentos que contém esse tipo de triglicéride, mas as quantidades são tão pequenas que eles sequer são contabilizados. Já no óleo de coco, esse tipo de gordura é maioria dentre as saturadas.
Onde encontrar
Você consegue localizar o óleo de
coco em diversos supermercados, farmácias e lojas de produtos naturais,
inclusive pela internet. Ele pode ser vendido na versão para uso
culinário ou em cápsulas, como suplemento. É importante consultar um
especialista antes de iniciar o consumo das cápsulas, para entender a
indicação de consumo diário se sem riscos à saúde.
Receitas com óleo de coco
Salmão ao óleo de coco
Pensando em como incluir o óleo de coco no seu dia a dia? Confira algumas receitas para consumir esse alimento.
Torta de amaranto e abobrinha com óleo de coco
Bolo integral de cenoura, gengibre e óleo de cocoSalmão ao óleo de coco
Muffin de banana verde com cacau e óleo de coco
Torta de amaranto e abobrinha com óleo de coco
Bolo integral de cenoura, gengibre e óleo de cocoSalmão ao óleo de coco
Muffin de banana verde com cacau e óleo de coco
Fontes consultadas
Nutricionista Karina Valentim, da PB Consultoria Nutricional, em São Paulo
Livreto "Óleo de coco: a gordura saudável", do nutrólogo Wilson Rondó Jr. (CRM SP 47.078), de São Paulo
I Diretriz Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar (HF) da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Agosto de 2012
Livreto "Óleo de coco: a gordura saudável", do nutrólogo Wilson Rondó Jr. (CRM SP 47.078), de São Paulo
I Diretriz Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar (HF) da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Agosto de 2012
UOL
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