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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Livro debate questões pedagógicas a partir das mudanças da sociedade

da Livraria da Folha

A produção filosófica, desde muito tempo, flerta com a educação em todas as suas frentes. Natural, pode-se entender, pois pensadores como Aristóteles, Nietzsche e Adorno construíram e desconstruíram ideias e compreensões nas trocas de saberes da sociedade para com ela mesma. Afinal, a filosofia tem isso em comum com a educação, encontrar, entender e transmitir o sentido das coisas.

Divulgação
Livro usa ideias filosóficas para discutir questões pedagógicas
Livro usa ideias filosóficas para discutir questões pedagógicas

Ao longo de tantas teorias, sem muito esforço, encontra-se aqui e ali ideais que simplificam e "traduzem" comportamentos humanos e suas relações com o meio em que vivem. Um exemplo disso é o debate sobre a formação do indivíduo autônomo que Adorno propõe, e que pode ser também empregado em reflexões sobre o desenvolvimento dos alunos e mesmo a atuação de professores e coordenadores pedagógicos.

O livro "Diferença, Cultura e Educação" usa dessa "fonte" filosófica de saber para adicionar e repensar algumas questões fundamentais no campo educativo. "Em vista disso, para encontrar pontos de apoio numa tradição cultural preocupada em tematizar a identidade e a autonomia do eu, os autores desenvolvem neste livro algumas reflexões no intuito de compreende a cultura interessada em cultivar também o polo do reconhecimento da alteridade e das diferenças", escrevem os organizadores da obra.

Com isso, questões como individualismo, formação, respeito às diferenças, moral da regra e metodologia pedagógica ganham discussões embasadas e repensadas à base de conceitos direcionados à cultura e suas diferenças.

"Os artigos aqui apresentados pretendem, enfim, repensar os limites do campo da filosofia e educação à luz de questões relevantes para a organização social, fornecendo, a partir daí também, balizas para o trato das questões sobre a relação entre diferença, cultura e educação nos modos contemporâneos de vida", destacam os organizadores.

Leia abaixo um trecho extraído da obra.

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Vivemos em sociedades cada vez mais complexas que apresentam problemas crescentemente desafiadores para os educadores e para os gestores da educação atual. Dentre os desafios situa-se a questão da crise da racionalidade e o problema da legitimação das normas de ação dos seres humanos nos diferentes contextos sociais.

O que está em jogo, em termos da ação social e da educação, é a possibilidade de encontrar referenciais confiáveis que possibilitem orientar e legitimar a ação educativa, dando a esta sustentação e validade racionais. Tal desafio acopla-se a necessidade de buscar uma base racional que mantenha a orientação para a emancipação humana, assegurando a aprendizagem que conduza a uma formação sociocultural mais solidária.

Habermas é dos autores que tem se ocupado desta problemática e suas reflexões têm trazido importantes aportes sobre o problema da fundamentação racional do agir e das concepções teóricas que têm a pretensão de explicar o mundo e oferecer um sentido para o agir humano.

Ainda que não tenha se ocupado especificamente do tema da educação, suas incursões pelos diferentes campos da área das ciências sociais, possibilitam, assim acreditamos, uma apropriação produtiva para a realização de um diagnóstico dos problemas educacionais da atualidade e para o desenvolvimento de críticas construtivas em relação às perspectivas educacionais em tempos pós-metafísicos.

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